Domingo passado foi um dia de muito mau gosto pelos lados de Belém.
Indo por partes.
O resultado obtido, como é óbvio, com pálida exibição. Continuamos a falhar golos feitos, tudo tem o seu preço.
O regime ditatorial de que a Fúria continua a ser vitima. Mais uma vez não pôde entrar material, não pôde entrar tambor. Mas engraçado é de se ver, na mesma bancada, sector diferente, uma banda de percussão (Ajuda a bombar) munida de mais de dezena desses instrumentos.
Serão os Ajuda a bombar uma claque legalizada? Serão uma empresa e por isso têm direitos distintos? É que a Fúria Azul, é um núcleo oficial do Clube de Futebol "os Belenenses", constituída e registada legalmente, com personalidade jurídica. Faz então algum sentido? Não, como nunca fez.
Mau gosto por parte dos "spotters" que fazem as leis em cima das leis, que mandam mais que os próprios comissários e delegados ao jogo e que, pelo maior dos maus gostos, mandam mais no Estádio do Restelo que o Próprio clube. Temos policias (creio que qualificados, pelo menos já acreditei nisso) a vistoriar os adeptos à entrada que filtram o que pode ou não ingressar na bancada, para depois termos um desses spotters de lápis azul na mão a eliminar o que lhe vai em belo prazer.
Como exemplo fica um Belenenses x Académica em que no intervalo a faixa do Alentejo foi mandada retirar por ter um símbolo que "é parecido ao da Fúria" e sendo dito que "se usassem um mamute também não podia entrar, porque poderia ser relacionada com o javali". Fico incrédulo com estes raciocínios, mas são estes que regem a nossa "liberdade".
Mau gosto é também, estarmos nós contribuintes, a pagar o salário a 7 (sete) destes spotters para vigiarem uma claque altamente perigosa como é o caso da Fúria, que se apresenta no actual nua e sem chama. A dada altura do jogo havia mais spotters que furiosos. No topo norte, os angelicais super dragões + colectivo iam rebentando petardos e afins.
Também consegue ser mau gosto a pose destes agentes. Em serviço como se estivessem no jardim. Mão no bolso, perna flectida de encontra a rede, a outra mão ora segurava o cigarro ora o telemóvel e um ar de quem "o que é que estou a fazer aqui?". Ah, ser nadador salvador implica não virar as costas ao mar, jamais, mesmo que no relvado, areia digo, esteja aquela morena com medidas dos céus.
Mau gosto o speaker com que nos brindaram, com uma dicção má de ser dirigida a público (eu também não tenho muito jeito para a medicina, logo não invento ser médico).
Mas o cúmulo do mau gosto terá sido, sem dúvida, a música que foi posta no fim do encontro a acompanhar imagens no ecrã gigante (aquilo deve de estar na garantia, vejam lá porque já tem uma quebra de cores sensivelmente a meio) dos tempos glórios do Belenenses:
É um tão, mas tão mau gosto não haver um trabalhinho de casa que seja....